segunda-feira, 28 de maio de 2012

Por falta de atendimento, mulher tem filho na recepção de hospital na Bahia



A empregada doméstica Geane Eufrázio dos Santos passou por momentos de desespero na manhã de domingo (27), ao chegar ao Hospital da Mulher, em Feira de Santana, em trabalho de parto. Ela não conseguiu atendimento e acabou tendo o bebê na recepção do hospital.
"Eu cheguei aqui sentindo muita dor, muita contração, tava lotado e não tive como ser atendida", relata Geane.
A sogra de Geane acompanhou toda a angústia dela, e conta que só depois do nascimento do bebê, mãe e filho foram admitidos no hospital, mas a nora ainda teve que ficar em uma maca no corredor.
"Chamou um, chamou outro... 'Ah, não posso fazer nada', 'Não tem enfermeira, não tem médico', Eu disse não, chama o médico, e chamei um, chamei outro... Gritei e disse: 'Vá acudir ela'. Foi que num instante apareceu enfermeiro, mas ela acabou de ganhar nenê só", conta Dona Maria Edelzuíte de Jesus Santos, dona de casa. O bebê, que ganhou o nome de Wilson Júnior, nasceu saudável, com mais de três quilos, e passa bem.
Por falta de atendimento, mulher tem filho na recepção de hospital (Foto: Reprodução/ TV Subaé)

Mãe e bebê foram atendidos após parto
(Foto: Reprodução/ TV Subaé)
A família de Geane não é a única que sofre com a falta de vagas no Hospital da Mulher. Dentro do hospital, a superlotação é evidente. Entre os casos encontrados, está o de uma mulher e o filho que foram internados no consultório médico, porque faltou espaço na enfermaria. Uma outra mulher teve que ficar na sala de curetagem. Já um bebê prematuro teve que ser internado na sala de partos porque não tinha vaga na UTI neonatal.
"Não tem lugar nem para examinar a paciente. Até mesmo no consultório, estamos com paciente que pariu nesta madrugada e ficou no consultório porque não tem onde colocar. Não tem onde examinar ningué, não tem nem uma maca livre no hospital. Final de semana aqui em Feira o único hospital que está trabalhando com dois médicos, pediatra, anestesista, com 100% da equipe completa, é o Hospital da Mulher, então a demanda é muito grande pra gente dar conta de tudo", diz Nayanne Lira, médica obstetra.
Segundo Gilberte Lucas, diretora de gestão e saúde da Secretaria Municiapl de Saúde de Feira de Santana, a situação no Hospital da Mulher é mesmo crítica e piorou nas últimas semanas com a falta de médico obstetra nos fins de semana no Hospital Geral Cleriston Andrade. Atualmente o Hospital da Mulher conta com 68 leitos e tem a previsão de aumentr em mais 20 leitos até o mês de outubro.

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