| Fernando Bezerra Coelho, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco | A solução é o aeroporto. Essa frase antiga ficou marcada na história do Brasil como um desabafo dos que reagiam à Ditadura Militar. Quem não suportava sobreviver ao regime de exceção, escolhia outro destino fora do país. Mais de duas décadas depois, essa frase ganha outro sentido. Mais otimista e promissor. É que os aeroportos se tornaram - no mundo globalizado - uma espécie de termômetro da situação econômica de uma região. O embarque e desembarque passageiros, o fluxo de aviões nas pistas e até mesmo a agitação nos saguões refletem exatamente uma das principais etapas do desenvolvimento social. | José Otávio Meira Lins, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco e do Recife Convention & Visitors Bureau | O Nordeste vive esse cenário de grande movimentação em seus aeroportos. Dentro do território nacional, a região tem 1.558.196 km², com mais de 49 milhões de habitantes (30% da população brasileira) e o maior número de estados: Alagoas, Paraíba, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. Os números são mais animadores quando comparados a alguns países da América Latina. O Paraguai, por exemplo, tem 406.750 Km², o que não chega nem a um terço das terras nordestinas. Se for mais longe, a Região Nordeste corresponde a mais de sete vezes a área do Reino Unido que tem 244.820 Km². De ponta a ponta, há sinal de que a região superou a fase de discriminação por que sofria em relação ao resto do país. É como se estivesse numa corrida automobilística, lutando pela melhor posição no ranking nacional. Apesar da experiência e riqueza de outros estados concorrentes - a maioria do Sul e Sudeste - ninguém por aqui se deixa intimidar. | Fernando Nicácio da Cunha Filho, superintendente Regional Nordeste da Infraero | O calendário da temporada de investimentos já foi lançado há quase dez anos, quando se descobriu que não seria somente o turismo a sustentar uma região abençoada por Deus, cuja beleza natural de praias e sol o ano inteiro é projetada ao mundo. Nada disso estava levando os nordestinos à pole-position. O baixo crescimento histórico desta região deu lugar, definitivamente, a alguns avanços que começam a disputar em igualdade de condições com o Sul e Sudeste. Segundo números divulgados pelo Governo Federal, principalmente quando na retomada da Sudene durante o VII Fórum dos Governadores do Nordeste, em abril deste ano, foram destinados em 2007 ao Nordeste cerca de 30% do PAC (Programação de Aceleração do Crescimento), 50% dos recursos do Bolsa Família e R$ 5,4 bilhões do Programa Territórios da Cidadania. Traduzindo, tudo isso significa políticas públicas de desenvolvimento sustentável. O objetivo é promover o crescimento equilibrado, levando aos estados poder econômico para sustentar-se nas próprias pernas, apesar da dependência dos recursos públicos. | Queiroz Filho, Abap (PE) | Na opinião do secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, o Nordeste passa por um momento salutar. Ele destaca que a grande virada de Pernambuco, nesse contexto, pode ser creditada 'a partir dos investimentos em infra-estrutura realizados com os recursos da venda da Celpe e da construção da BR-232: "E, claramente, depois da vitória política do governador Eduardo Campos, considerando o seu alinhamento com o presidente Lula", destaca. O secretário se diz cada vez mais confiante na nova mentalidade dos investidores brasileiros e estrangeiros. Em sua opinião, eles estariam percebendo o impacto logístico montado pelos governos Federal e Estadual. "O estado passou a ser priorizado nas políticas públicas federais, e um exemplo concreto está no volume de recursos que nos chegam através do PAC, sendo 25% aplicados aqui". SUAPE - A realidade de Pernambuco ilustra o mapa de crescimento que também cobre todos estados nordestinos. Por ter uma dos maiores áreas, calculadas em 98,3 mil km² (superior ao de países como Portugal, áustria, Dinamarca e Holanda, o Estado vem provocando interesses em grupos internacionais, de olho no território expandido do Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Cabo de Santo Agostinho (Região Metropolitana do Recife). Nesta área, já está em fase de instalação a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima. O investimento é na ordem de US$ 4,05 bilhões, com expectativa de gerar em cinco anos 230 mil empregos diretos e indiretos. O refino de petróleo deve ser processado já no segundo semestre de 2010. O Estaleiro Atlântico Sul ficará numa área de 156 hectares de Suape. A previsão é de que, em agosto do próximo ano, a planta esteja concluída em 100%. O estaleiro oferecerá 32 mil postos de trabalho, com investimento de R$ 670 milhões. A empresa vai produzir todos os tipos de navio cargueiro de até 500 mil toneladas de porte bruto (TPB), além de plataformas petrolíferas semi-submersíveis, com sistemas flutuantes de produção. E não pára por aí. Pernambuco também terá seus pólos petroquímico e farmoquímico. Quanto ao primeiro, já funciona através da fábrica de resina PET da M&G, considerada atualmente a maior importadora e exportadores do Estado. A fábrica recebeu recursos no valor de R$ 700 milhões e geração de 200 empregos diretos, além dos 400 indiretos. O pólo conta ainda com as futuras instalações de PTA e POY, cuja pedra fundamental foi lançada pelo PAC em fevereiro deste ano. Quase 50% das obras de terraplenagem estão concluídas. Enquanto isso é grande a expectativa quanto às empresas Citepe e a Petroquímica Suape. Juntas, elas somam investimentos de US$ 982 milhões, com capacidade para 1,5 mil empregos. A fábrica vai produzir 240 mil toneladas anuais de filamentos de poliéster. | Tourinho, diretor-superintendente do Sistema Jornal do Commercio | Em junho passado, o governador do Estado, Eduardo Campos, convocou a imprensa para anunciar o que ele considerou "o maior investimento já realizado em território pernambucano". Trata-se da construção em Suape da Usina Siderúrgica de Pernambuco (USP), ligada à CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Segundo informações do Diário Oficial, serão investidos US$ 6 bilhões (maior do que a Refinaria Abreu e Lima, que soma US$ 4,5 bilhões). A usina beneficiará diretamente a construção civil e industrial, fornecendo aço longo e plano (vergalhões, fios máquinas, treliças e arames recozidos). Estima-se a geração imediata de 1.150 empregos no canteiro de obras, que em quatro anos deve entregar o primeiro módulo. PIB EM CRESCIMENTO - As pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) tornaram-se leitura obrigatória para investidores públicos e privados. Nelas, estão os indicativos que respondem às dúvidas cruciais de quem tem dinheiro, mas não sabe onde aplicá-lo. E um dos indicadores econômicos essenciais na Carteira de Oportunidades é o PIB (Produto Interno Bruto): a soma de todos os bens e serviços produzidos numa determinada região. A precisão desses números é fundamental na hora de fechar negócios. Por isso, o instituto renovou as fontes de pesquisas econômicas que eram utilizadas há duas décadas. O incremento tecnológico ajudou a construir um cenário mais fiel das riquezas nacionais. Segundo o IBGE de 2005, o PIB nordestino chega a mais de R$ 280 milhões. Em dez anos, os estados nordestinos deram um salto substancial na linha de desenvolvimento econômico e social. Com base no primeiro trimestre deste ano, Pernambuco cresceu 9,9% ao ano, enquanto o crescimento do PIB brasileiro é menos de 6%. Ou seja, o estado está com um índice positivo de 50% a mais em relação ao país e lidera o ranking do Nordeste, segundo estimativa do Governo do Estado. Já a Bahia teve nesse mesmo período uma taxa de expansão da economia de 2,4%. De acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria Estadual de Planejamento, 2007 foi 15º ano consecutivo de expansão do PIB baiano. O Estado do Ceará também tem motivos para festejar. No último mês de março, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) divulgou que o PIB de 2007 cresceu 4,1% em relação ao ano anterior. O resultado foi influenciado pelo desempenho dos setores industrial (5,2%) e de serviços (com crescimento de 5%). A meta para este ano é de que o PIB cearense atinja o patamar de 5,0%. Quanto aos dados da Paraíba, eles seguem o mesmo ritmo de crescimento. O Estado atingiu, em 2005, uma a alta do PIB superior à média nacional. O índice ficou em 4,0% contra 3,2% do total do país. Naquele mesmo ano, segundo o IBGE, a economia paraibana acumulou crescimento de 11,7% no mesmo período, superando quatro importantes Estados do Nordeste: Pernambuco (7,4%), Rio Grande do Norte (8,9%), Alagoas (8,10%) e Ceará (9,3%). O CARIBE É AQUI - O Nordeste é realmente uma região privilegiada. Somente o seu litoral soma nada menos que três mil quilômetros de praias - algumas consideradas virgens - além de um clima que sugere verão diário. Durante o Nordeste Invest, evento realizado em Pernambuco pela Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste Brasileiro (ADIT Nordeste), os números positivos desse setor pipocaram na mídia nacional. Segundo o Ministério do Turismo, cerca de R$ 4 bilhões estão sendo investidos por grupos estrangeiros no mercado imobiliário brasileiro. Nos próximos três anos, empresas de capital português vão investir cerca de R$ 2,2 bilhões em novos projetos turísticos no Brasil. E o detalhe mais importante: quase 100% desse dinheiro serão aplicados no Nordeste. Depois dos portugueses, são os espanhóis que mais apostam no potencial nordestino. Eles devem trazer mais de R$ 1,3 bilhão em 2010. "Motivos para comemorar temos de sobra", celebra José Otávio Meira Lins, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco e do Recife Convention & Visitors Bureau, que, em junho, recebeu outra boa notícia, através da Fundação Getúlio Vargas. Uma pesquisa comprova que está cada vez mais caro fazer turismo no Brasil, no entanto, na contramão dos números, o setor hoteleiro pernambucano mostra-se aquecido. Houve crescimento de 4,93% na demanda na rede hoteleira, nos primeiros quatro meses do ano passado em relação ao mesmo período deste ano. Com a experiência de lidar com os altos e baixos do turismo local, José Otávio diz ter certeza de que o Nordeste está no caminho certo: "Nunca tivemos tantos investimentos em relação ao turismo. Isso reflete nos hotéis", reforça. Para José Otávio, o momento é também de reflexão sobre as oportunidades criadas não só pelos governos, como pela classe empresarial. O senso de análise estaria levando o presidente do Convention & Visitors Bureau a apontar entraves que precisam ser corrigidos. Em sua opinião, um dos problemas passa pelo aeroporto. "Sem vôos internacionais não vamos realizar o eterno sonho de colocar Pernambuco e o Nordeste como destino preferencial de luxo para turistas estrangeiros" aponta, acrescentando saber que há companhias aéreas americanas interessadas na região, mas é preciso ter a contrapartida da empresas brasileiras. "Elas precisam também cumprir uma rota de interesses comuns entre os países", sugere. A tese defendida por José Otávio faz sentido. Basta ver o portal do Ministério do Turismo, para constatar que o Brasil vive um momento histórico. Este ano, de acordo com levantamentos oficiais do Banco Central, somente em maio passado, ingressaram US$ 426 milhões na economia no país, em conseqüência do gasto de estrangeiros. Outro fator é a evolução do número dos desembarques internacionais aferida pela Infraero neste mesmo período. Foi registrada a entrada de 469.674 passageiros, ou seja, 2,17% a mais em relação a maio de 2007. Quando os cálculos são referentes aos cinco primeiros meses do ano, o volume chega a mais de 2,7 mil pessoas que desembarcaram no País em vôos vindos do exterior. Já os desembarques domésticos crescerem 3,61% em relação ao mesmo período do ano passado. Este ano, quase 1,1 milhão de turistas estrangeiros chegaram ao Nordeste. Levar a região a redobrar a auto-estima, para atrair cada vez esse público, tem sido um dos principais desafios do trade turístico. Outro fator determinante seria a falta de ousadia de campanhas na mídia em relação ao Nordeste. Em Pernambuco, por exemplo, a última que aconteceu em todo o país foi em 1998. Agora, o Estado dedica-se ao marketing, exibindo os melhores atrativos da região. Segundo dados da Secretaria Estadual de Turismo, este ano serão destinados R$ 2,45 milhões em campanha internacional. Já a promoção do destino Pernambuco para dentro do país ficará em torno de R$ 3,6 milhões. Os estados nordestinos estão apostando no retorno positivo deste setor, por conta do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur Nacional), cujo objetivo é desenvolver o turismo no Brasil. O Ministério do Turismo reservou para este ano o montante de R$ 1 bilhão, a ser rateado entre estados e municípios. Se o turismo vem se revelando uma grande força ao desenvolvimento do Nordeste, outra opção ainda mais rentável tem sido o mercado imobiliário. Os investidores estão atentos ao que foi batizado de "segunda residência". São áreas voltadas principalmente para estrangeiros que escolhem esta região, com planos de ter uma estrutura residencial temporária, mas tão confortável quanto à própria casa. É o exemplo de projeto como Flat Club Meridional, do grupo Metambiente Brasil Empreendimentos, que escolheu a Praia dos Carneiros, em Tamandaré, litoral Sul de Pernambuco. O investimento é de R$ 50 milhões de capital espanhol. São pelo menos 110 imóveis (seis chalés super luxo, 16 luxo, 32 casas conjugadas e mais sete blocos de apartamentos). Cerca de 80 projetos semelhantes estão sendo tocados no Nordeste. Juntos, há projeção de chegar a 78 mil moradias para pessoas de todas as partes do mundo. A maioria aposentados e endinheirados, desejosos por sombra e água fresca, depois de uma vida inteira dedicada ao trabalho. Outros destinos procurados são a Bahia e o Ceará. Em Salvador, o mercado imobiliário comemora um aquecimento generalizado, com 63,3% de aumento em unidades comercializadas este ano. O maior índice desde 2006. Em Fortaleza, uma pesquisa da Câmara Brasil-Portugal aponta que 240 empresas portuguesas estão apostando todas as fichas nas terras cearenses. Significa que os olhos estrangeiros... estão cada vez mais voltados para o litoral nordestino, onde já existem 3,2 mil resorts de praia. Para quem pode bancar esse sonho de consumo, o caminho das pedras é realmente o Nordeste. CRESCIMENTO ECONÔMICO PROVOCA BOOM DE PASSAGEIROS NOS AEROPORTOS DO NE Crescer e aparecer. Esses são os verbos que têm alavancado o desenvolvimento do Nordeste. E são nos aeroportos das Capitais que os estados têm circulado e mostrados a sua cara de otimismo. Pelo menos é o que observa um homem que convive 24 horas nesse universo. Aliás, dorme e acorda pensando em como transformar os saguões aeroportuários num escritório aberto para investimentos. O superintendente Regional Nordeste da Infraero, Fernando Nicácio da Cunha Filho, diz-se um entusiasta do momento por que passa a região. "Há alguns anos, mais precisamente a partir do ano passado, temos constatado um crescimento expressivo e seqüenciado", destaca, enquanto folheia o relatório do Movimento de Passageiros nos Aeroportos do Nordeste. "A análise dos números que nos chegam mensalmente reflete essa boa fase da nossa economia". E os números não mentem. Em relação aos 67 aeroportos do Brasil, o Nordeste teve um crescimento de 10% no fluxo de passageiros internacionais de janeiro até abril passado. No total de passageiros (soma dos domésticos e estrangeiros), essa taxa sobe para 19% no mesmo período, considerando os primeiros três meses de 2007. Como bom pragmático que aparenta ser, Fernando Nicácio destaca a quota de cada Estado nesta movimentação. No Aeroporto Internacional Augusto Severo de Natal (RN), o crescimento foi de 10,51%. No Aeroporto Zumbi dos Palmares, em Maceió (AL), o índice positivo chegou a 6,97%. Já no Aeroporto Deputado Luiz Eduardo Magalhães (BA), a Infraero constata aquecimento que chegou em 1,5% e no Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre, a movimentação chegou a 17,5%, índice maior de todos. Pelo quinto ano consecutivo, o movimento geral de passageiros é acima das expectativas. No acumulado de janeiro a maio deste ano, já passaram, pelo Aeroporto do Recife, mais de 1,9 milhão de passageiros. Neste caso específico, o superintendente da Infraero tem explicação: "É o reflexo do forte trabalho do Governo do Estado e do trade local, no sentido de captar mais turistas e investidores". Ele também cita outros fatores, os quais estariam beneficiando Pernambuco. O pólo médico (considerado um dos maiores e mais estruturados do Norte/Nordeste, empregando 34,7 mil pessoas diretamente, em três mil estabelecimentos que ficam somente na área da Ilha do Leite, bairro central do Recife), além do turismo de negócios que, em estatísticas de 2006, registrava a captação de 74 eventos por ano. A maioria desses eventos são promovidos] no Centro de Convenções de Pernambuco, cujo pavilhão de feiras tem 20 mil metros quadrados, numa área privilegiada entre a Capital e Olinda, a 12 km do aeroporto dos Guararapes. Quando o assunto é a perspectiva de maior incremento na economia pernambucana, a ponto de provocar um verdadeiro boom na demanda do aeroporto do Recife, Fernando Nicácio diz que a Infraero está preparada para todos os desafios. "Estamos inseridos na logística montada pelos governos e pela iniciativa privada. A Infraero se sustenta em três pilares da aviação: segurança, pontualidade e regularidade. Temos avançado tecnologicamente e nos adequado às normas internacionais", destaca. INVESTIMENTOS - Segundo Fernando Nicácio, os aeroportos nordestinos estão todos no mesmo nível de qualidade em infra-estrutura. Ele cita, por exemplo, o Aeroporto de Maceió que ganhou novo terminal de passageiros há dois anos. Fortaleza está sendo beneficiada com duas obras consideradas importantes: a construção do terminal de cargas, via de acesso, reforço do pátio e pistas de táxis, além da construção da torre de controle. No ano passado, foram concluídas as obras de ampliação e climatização do Aeroporto de João Pessoa (PB), que agora tem capacidade para 860 mil pessoas. Também foi ampliado o de Campina Grande, no interior do Estado. Em Natal, a Infraero está investindo algo em torno de R$ 7 milhões na finalização do projeto do aeroporto. Já em São Luís do Maranhão, a novidade é de que o seu aeroporto agora é de nível internacional. Nesse verdadeiro canteiro de obras e investimentos, a atenção da Infraero Nordeste está voltada, ultimamente, para a estruturação do Aeroporto de Parnaíba, que, desde dezembro do ano passado, recebeu autorização para desembarque de turistas estrangeiros. A internacionalização deste aeroporto, segundo Nicácio, atende à demanda do trade turístico, por conta da localização privilegiada. Parnaíba fica entre Camocin e Jericoacoara, no Ceará; o Delta do Rio Parnaíba, no Piauí e os lençóis maranhenses. "A região precisa muito, porque é um verdadeiro potencial turístico", diz o superintendente, entusiasmado com as obras naquela região. Fernando Nicácio antecipa também o mais novo plano de ampliação do Aeroporto Internacional dos Guararapes, que recentemente já teve sua capacidade triplicada de 1,5 milhão para mais cinco milhões de passageiros por ano. O local tem um dos terminais mais avançados e seguros do país. Segundo destaca, já está pronto o pré-projeto de execução da Asa Sul, mas os detalhes ainda estão em fase de análise. Por enquanto, o que o superintendente da Infraero nordestina deseja mesmo é continuar apostando na força da mídia. Tanto é assim, que, estrategicamente, encara o mercado publicitário como um grande aliado para melhorar infra-estrutura aeroportuária. Este ano, Fernando Nicácio promoveu encontro com agências e profissionais publicitários, com o objetivo de trabalhar em conjunto o perfil dos passageiros, alvo principal de qualquer investimento neste setor. "Queremos estreitar laços e atendê-los em seus projetos de expansão de mídias nos aeroportos, sem descumprirmos as obrigações com licitações que têm todas as empresas públicas", destaca. No mais, é apostar alto nos bons ventos que sopram nos aeroportos da região e que mantenham os índices positivos da economia regional. MERCADO PUBLICITáRIO PREPARADO PARA INVESTIR NA FASE MODERNA DO NE Por que investir no Nordeste? O mercado publicitário parece ter a resposta na ponta da língua. E como a linguagem é uma das ferramentas mais sedutoras dos mídias, a palavra status cai bem quando se refere à aposta por uma região naturalmente rica. O detalhe mais atraente desse case é a vantagem de estar sendo alvo investimentos multinacionais, que enchem os olhos dos nativos e estrangeiros. O presidente da Abap pernambucana (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), Queiroz Filho, não economiza razões para justificar o otimismo que impera no meio. Ele vai logo enumerando: os projetos de Suape, o aquecimento nos mercados imobiliários, de telefonia, automobilístico, sem falar no varejo e na atuação das indústrias de bens de consumo. "O momento é muito favorável na área de marketing e comunicação, apesar de certa cautela das empresas por causa dos sintomas de aumento da inflação e da evolução das taxas de juros", ressalta. À frente de uma entidade de ponta e de credibilidade, Queiroz Filho assegura que a Abap está atenta em realizar seu papel junto às agências nesta fase de investimento a perder de vista. "Nesse sentido, temos procurado estreitar relacionamento entre as agências locais. Tornar o setor cada vez mais coeso, principalmente diante da tomada de decisões coletivas de interesse do mercado publicitário", destaca, acrescentando ser prioridade, estimular o senso ético da atividade publicitária. Queiroz Filho se diz um defensor incansável da qualidade criativa adequada às necessidades do mercado. Puxando a sardinha para seu prato, Queiroz Filho reforça que Pernambuco é um estado privilegiado no contexto nacional, inclusive, com agências de publicidade estruturadas e modernas, cuja competência lhes credencia a competirem diante do novo mercado de oportunidades na região. "É saudável a competição entre as agências, primando pela qualidade da criação, do planejamento e da prestação de serviços. O que os clientes esperam é por inovação e criatividade dos nossos profissionais", assinala. O gerente-comercial da TV Verdes Mares (sistema Verde Mares de Comunicação do Ceará), Antônio Vidal, expõe a análise de que ainda há muito por fazer em investimentos estruturais na região. Entretanto, nada que afete seu otimismo "equilibrado". Ele apregoa que já é possível ver sinais de boa colheita no futuro do desenvolvimento realizado hoje. A reação imediata que a Verdes Mares tem neste momento é de autoproteção. "Como veículo de comunicação, estamos atentos a esse desenvolvimento do Nordeste, nos municiando com informações relevantes sobre mercados e hábitos dos consumidores", disse, apontando em seguida a preocupação de capacitar seus profissionais, para que mantenham uma programação de qualidade e alinhada aos valores do povo cearense. O diretor-superintendente do Sistema Jornal do Commercio, do Recife, diz que a empresa respira o mesmo ar que tem levado a economia nordestina mais longe do que se imaginava há décadas. "Temos a consciência que se Pernambuco, incluído nesse contexto, vai bem, o SJCC também vai", anima-se e diz, espontaneamente, que o sistema está cada vez mais investindo nos mercados nacional e local publicitário. "Principalmente no treinamento de funcionários, ponto fundamental em que concentramos a maior parte de nossos investimentos". O SJCC é formado pelas empresas Jornal do Commercio, TV Jornal, Rádio Jornal, JC/CBN Recife e JC Imagem. Para cada uma, segundo Tourinho, o mercado apresenta novidades. O efeito é imediato: os clientes de todas as camadas sociais sentem-se estimulados a consumir: A iniciativa do superintendente foi ousar: "Temos uma diretoria específica e estamos fazendo grandes investimentos nessas novas mídias", diz, citando o JC MOBILE, MEU JC, JC ONLINE e outros novos projetos que estão no "forno", prontos para serem divulgados numa futura estratégia do sistema. "Apesar disso, não estamos esquecendo as nossas mídias tradicionais. Estamos modernizando com novos produtos e serviços que atendam melhor aos nossos clientes", garante Tourinho. |
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