quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Cantor Netinho diz não se arrepender de entrevista polêmica

O cantor Netinho recebeu em casa a equipe de A TARDE para uma entrevista exclusiva, depois das polêmicas declarações à revista Quem, nas quais teria revelado já ter feito uso de drogas e contado detalhes sobre relacionamento com pessoa do mesmo sexo. Na tarde desta quarta-feira, 17, ele disse que não é usuário de drogas, mas confirmou que teve relação de amor com um homem. Depois de afirmar, em seu blog, que a entrevista foi veiculada de “forma distorcida”, o artista acrescentou que a intenção não é se autopromover. Achou que devia isso para ele e para as pessoas mais próximas.

A TARDE | Você diz em seu blog que a revista não publicou nada além do que você falou na entrevista. O que foi, então, que deixou você tão desconfortável em relação a essa publicação?
Netinho |
Eu dei uma entrevista para a revista Quem para falar do meu novo disco, dos projetos atuais e dos projetos futuros. Uma entrevista de duas horas. E, durante essas duas horas, eu falei pela primeira vez, em toda minha carreira, sobre alguns temas da minha vida pessoal e algumas experiências que eu tive. E a revista optou em fazer a matéria justamente sobre esses temas que eu falei, que são temas considerados polêmicos. Veja bem, nada do que está na revista eu deixei de dizer, disse tudo. Para mim, o que houve foi uma edição errada, que deixou de colocar muita coisa que eu falei, distorcendo a maneira como eu vejo e penso aqueles assuntos que estão ali publicados.

AT | Então você não se arrepende do que falou?
N |
Não, não me arrependo. Tudo o que eu disse para a Quem são coisas que eu achei que nesse momento da minha carreira eu devia dizer às pessoas, aos meus fãs, a todo mundo. Só ficou estranha a maneira como foram traduzidas as minhas palavras para a revista. Eu não sei se foi por espaço, mas a edição que foi feita ali cortou trechos do que eu disse, importantes para o entendimento completo e perfeito do que falei.

AT | Entre os comentários que os leitores fizeram no site da revista, tinha um assim: “Se quiser vender e dar ibope, o caminho é esse”. A intenção de falar sobre a sua vida pessoal foi mesmo essa?
N |
Não. É porque eu achei que nesse momento da minha vida eu devia isso, primeiro, para mim, para as pessoas mais próximas a mim, amigos e família, e para os meus fãs também. Não me arrependo de nada do que eu disse. Tudo o que eu disse, diria novamente como posso dizer aqui a você. Só a questão das drogas e das raves, como foi colocada ali, não tem nada a ver com a minha pessoa.

AT | No seu blog, você diz que “nunca disse à revista Quem ou a ninguém que sou gay ou homossexual”. Mas você, na entrevista, fala de uma relação de três anos com uma pessoa do mesmo sexo. Onde é que está a distorção?
N |
A distorção foi no título. Eu não falei aquilo que “gosto de meninas e meninos”, ele usou aquilo ali para a matéria. A relação que eu tive e que durou três anos foi uma relação de amor com uma pessoa do mesmo sexo que o meu. Não vejo nada errado nesse tipo de relação. Eu acho que amor é um sentimento que a gente tem de verdade pelo ser humano, e não vejo nada de errado. As pessoas têm que compreender que existem homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres. E que, necessariamente, para se viver uma relação desse tipo, um homem não precisa se transmutar em mulher e mulher não precisa se transmutar em homem para viver isso, muito pelo contrário.

Nenhum comentário: