sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Revista transgressora chega ao Brasil



Quem conhece os produtos ou as propagandas extravagantes e transgressivas da marca mundial de modas Benetton deve imaginar como seria uma revista do mesmo grupo. A Colors é uma publicação trimestral, que trata temas polêmicos, e é impressa em seis edições bilíngues (inglês+italiano, francês, espanhol, coreano, chinês e português) e distribuída internacionalmente.
Há aproximadamente dois meses, profissionais do Grupo Benetton estiveram em São Paulo para lançar a versão em português do veículo. A estratégia é fruto do acordo com a editora Amarello que distribuirá no Brasil a Colors a partir do nº 84, Apocalipse. Um manual de sobrevivência. Inicialmente a distribuição é de 3 mil exemplares nas bancas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Fundada em 1991 sob a direção de Oliviero Toscani e Tibor Kalman, com a convicção de que as diferenças são todas positivas e todas as culturas têm o mesmo valor, a Colors exprime-se, sobretudo, através de imagens. Com esta linguagem visual os temas da Colors oscilam entre os de forte empenho, como a ecologia, os conflitos do mundo, a luta contra a Aids e outros mais leves, como as compras, a moda, os colecionadores, a felicidade, mas sempre revisitados todo com um olhar não convencional.
Adnews aproveitou a oportunidade para entrevistar Cristina Cuturi, diretora de comunicação da Benetton na América Latina:
O que atraiu a Revista Colors para o mercado brasileiro?
Cristina Cuturi - O mercado editorial brasileiro não tem qualquer publicação como Colors, então há uma lacuna respeitosa para preencher no mercado.
Qual é a proposta de valor da Colors? A mesma proposta é válida para o Brasil?
Cristina Cuturi – A Revista Colors sempre lançou um olhar de curiosidade sobre o mundo. Seu objetivo é interagir com a sociedade e os leitores. Ela se dirige a qualquer um que esteja interessado no que está acontecendo ao seu redor, qualquer um curioso e ansioso para saber mais sobre o nosso mundo e sua grande variedade de histórias humanas e situações. A ideia de sustentação da revista Colors é a concepção de Marshall McLuhan sobre a aldeia global. E isso é mais relevante do que nunca. A Colors pretende continuar no mesmo caminho de investigar nosso mundo, com um foco sobre os aspectos que normalmente são ofuscados pelas questões e eventos de nosso cotidiano. Graças à sua rede internacional de jornalistas, escritores, fotógrafos e colaboradores e de suas seis edições bilíngues (Inglês + Italiano, Francês, Espanhol, Coreano, Chinês e Português), a Colors consegue atingir uma linguagem universal.
Qual é o perfil dos leitores?
Cristina Cuturi – O leitor da Colors é curioso, de mente aberta e jovial, com bom ativo intelectual, urbano, viajante, não conformista e aberto ao diálogo. Colors é uma revista colacionável. As pessoas raramente vão jogar fora, pois tem o tipo de pesquisa em profundidade que poderia ir para um livro.
Qual é o maior diferencial da revista?
Cristina Cuturi – Como eu já disse, a Colors foi criada em 1991, baseada em torno de concepção de aldeia global. Ela foi uma das primeiras revistas sociais temáticas. No momento em que nasceu, era algo totalmente diferente de outras publicações. Ainda assim, a Colors mudou radicalmente ao longo dos anos, mas manteve o seu DNA, que é ser socialmente engajada e olhar as coisas que outras revistas não podem dar espaço editorial. Por isso, Colors se define como “uma revista sobre o resto do mundo", dando atenção para as pessoas, histórias e coisas raras. Na revista as questões fundamentais e situações obscuras são reveladas de maneiras não convencionais.
Por Renato Rogenski

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