As mulheres da nova geração são verdadeiramente as filhas das grandes mudanças sociodemográficas dos últimos tempos. Se hoje elas já possuem grande poder de compra, nos próximos anos deverão ocupar muitos dos principais cargos de liderança no país. Anunciantes, mídias e agências devem se preparar para essas transformações. Para levantar a bola em relação a esse assunto, Adnews entrevistou, com exclusividade, a diretora superintendente do Núcleo Feminino da Abril, Brenda Fukuda. Confira abaixo os melhores trechos da entrevista:
Adnews – Qual é o impacto da mulher moderna nas mídias e na publicidade?
Brenda Fukuda – A mulher é o mercado emergente mais importante do mundo, no Brasil mais ainda, pois somos campeões no consumo de vários produtos, entre eles perfumes, desodorantes, produtos para cabelo, entre outros. No caso particular do Brasil, ela tem uma trajetória de grandes conquistas. Portanto, oferecer conteúdo para essa mulher é muito desafiador e muito rico para nós.
Adnews – Existe um debate público sobre o teor machista da publicidade. Você concorda com isso e acha que a abordagem deve mudar nos próximos anos?
Brenda Fukuda – Quando as empresas percebem o poder de consumo de determinadas categorias populacionais as histórias mudam. Isso aconteceu com a classe C, que virou uma potência como consumo e passou a exigir mais atenção e até mesmo a reformulação de produtos. Com a mulher, acho que também começou a ser assim, mas temos ainda um caminho a trilhar nesse sentido. As empresas estão começando a entender que as mulheres são grandes compradores de produtos, não somente de beleza. Sem falar em sua importância como influenciadoras na compra de absolutamente tudo, desde o carro até a educação dos filhos. E esse caminho de amadurecimento será muito natural.
Adnews – Você acha que as mídias e a publicidade de maneira geral batem muito nessa tecla de “novela e receita para mulher” e “futebol e carros para homens”?
Brenda Fukuda – Isso tem mudado. É só vermos os conteúdos de nossas publicações. Temos inclusive reflexões a respeito da carreira das mulheres e como equilibrar vida profissional e vida pessoal. Acho que essas coisas já mudaram muito e tendem a se transformar ainda mais.
Adnews – Como a Editora Abril se posiciona como mídia para entender o comportamento da mulher moderna?
Brenda Fukuda – A Abril conta com o Núcleo Feminino, que tem 20 publicações, entre elas Claudia e Nova, que juntas somam 54% de mercado no segmento e três grandes portais voltados para a mulher, um deles é o M de Mulher, o maior do País, e que já acumula 22 milhões de visitas únicas por mês. Além disso, realizamos inúmeros eventos e iniciativas. Temos também um núcleo de pesquisas de comportamento feminino chamado Habla. O Habla deu origem ao projeto Conte com Elas, que traz o Fórum Mulher, um evento que vai contar com debates sobre o futuro da mulher no mercado de trabalho e terá todo apoio editorial, além da abertura para patrocínios.
Adnews – Você pode fazer um balanço de como estão as publicações da Editora Abril voltadas para esse universo feminino?
Brenda Fukuda – Elas estão muito bem. A nossa missão é fazer conteúdo de qualidade para mulheres, principalmente das classes A, B e C. E estamos tentando atender essas mulheres com mais publicações segmentadas. Então, toda vez que percebemos uma mudança no comportamento feminino, não somente mudamos as nossas publicações como lançamos outras. É o caso, por exemplo, da Revista Lola, que nasceu para a mulher executiva, e que já conquistou muita coisa na carreira. E as revistas continuam cumprindo o seu papel de atender a mulher e criar conteúdos de seu interesse.
Renato Rogenski
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