terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Somos tão feias e tão mesquinhas como sugerem os comerciais?



O recém lançado comercial Posto 10, da marca Havaianas, é mais uma dentre as tantas propagandas a que assistimos no nosso cotidiano.
E que, desapercebidamente, reforçam estereótipos que destacam algumas das características mais ultrapassadas que podemos atribuir às mulheres.
No comercial, uma mulher jovem, linda e magra, que marcou um encontro na praia com o parceiro (namorado/marido…), se vê intimidada pela presença de uma outra mulher, um pouco mais jovem, mais linda e mais magra.
Em menos de 30 segundos, a agência de publicidade conseguiu retratar a mulher “normal” – a que não é nenhuma beldade, mas nem por isso é feia – como uma mulher insegura, que não consegue confiar em si mesma e nem no relacionamento que tem com o parceiro. Uma mulher que acha que o parceiro vai deixar de lhe dar atenção, ou que vai dar de cima de outra, simplesmente porque esta outra é supostamente mais bonita e está sentada perto deles, na praia. Uma mulher que está sempre pronta para competir com as demais, inclusive num momento que deveria ser o de relaxar e curtir uma praia junto ao parceiro.
Além disso, a propaganda, por que não dizer, retrata também os homens como cafajestes: como se eles estivessem somente à espera de uma mulher mais bonita para abandonar a atual parceira. Como se mulheres mais bonitas não existissem aos montes, e como se as relações se sustentassem apenas na beleza.
Claro que é “apenas uma propaganda”. Claro que “existem mulheres assim”. E claro que “devem existir homens assim”. A questão é que, seja para vender chinelos, cerveja, roupas ou sabão em pó, as agências de publicidade ainda insistem em explorar esses estereótipos que deveriam ser capazes de ofender a inteligência de qualquer espectador. Isso, claro, se não estivéssemos tão acostumados – e por isso anestesiados – com esse tipo de abordagem.
Felizes os dias em que as propagandas de chinelo se dedicavam a apresentar as qualidades dos… chinelos!

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