O grupo musical Paroano Sai Milhó é parte e particularidade do Carnaval de Salvador. Uma das entidades mais tradicionais do carnaval baiano, o grupo foi fundado em 9 de fevereiro de 1964 nas rodas de seresta do Largo do Godinho (Saúde) na década de 60, pelo engenheiro e violonista Antônio Carlos Mascarenhas, o “Janjão”, já falecido.
A primeira fantasia usada pelo grupo foi improvisada e não agradou muito. Alguém, a título de consolo e incentivo, disse: "para o ano sai melhor". E a frase acabou sendo adotada como nome do bloco. Nas ruas, os integrantes tratavam de acrescentar ao repertório tradicional carnavalesco, formado de marchinhas, sambas e frevos, músicas do cancioneiro popular e outras executadas normalmente durante o ano. "O oásis do carnaval baiano", disse certa vez Caetano Veloso.
O que define o grupo, composto atualmente de 15 músicos e vocalistas, é a sua forma original acústica, que desafia o som eletrônico já que todos cantam “no gogó”, em ciranda, de estandarte em punho, travestidos de palhaços, como um "Exército Brancaleone" do carnaval de rua da Bahia de vozes masculinas, empunhando violões, cavaquinhos e percussões diversas, sempre cumprindo a promessa cunhada no seu nome. Os integrantes, que atuam em diversas áreas profissionais, reúnem-se para os ensaios e apresentações do grupo com muita alegria, sendo sempre acompanhados de familiares e amigos que também fazem parte desta tradição.
Há mais de 15 anos, o Paroano vem diversificando suas atividades e já não é mais só bloco carnavalesco de rua, pois atua o ano inteiro, inclusive no São João e no Natal, dentre outros eventos. Neste período já gravou quatro CD’s. O primeiro e o segundo mostram músicas tradicionais e o repertório de Carnaval de todos o tempos, especialmente do carnaval baiano de “Colombina” a “ Le Foudez Vous”. O terceiro uma homenagem especial ao forró somente com músicas juninas. O quarto CD foi lançado em 2007 com o título de “Paroanizar o que há de bom”, e contém canções da MPB dentro do estilo de cantar do Paroano.
Como presente do 45º aniversário, o grupo recebeu do compositor baiano Waltinho Queiroz, criador dos blocos “Jacu” e “Chegando Bonito”, a música “Paroano 45 Carnavais”, cuja letra, sintetiza muito bem o “espírito” do Paroano: “Poesia e paz, ao longo desses nossos carnavais, três gerações abraçadas, ao som de violões sentimentais na nossa festa maior, um oásis de emoções musicais, se esse ano saiu “milhó”, paroano sai muito mais”.
Este ano, na comemoração dos 47 de fundação do grupo, o evento será o lançamento do livro Paroano Sai Milhó - Histórias de Amor à música, à alegria, às cores e à vida, escrito pelo integrante Archibaldo Daltro Barreto Filho, mais conhecido como Quico, que reuniu os registros com a colaboração de componentes do passado e do presente.
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