segunda-feira, 13 de junho de 2011

Aposentado comemora 52 anos de história de amor com outdoors em MS


A aposentada Maria Silvia de Barros, 68 anos, faz sempre o mesmo caminho para ir ao mercado, em Campo Grande. Na quarta-feira (8), ela percebeu o nome do marido, Gualter Mascarenhas Barbosa, 68 anos, em um outdoor. Somente aí conseguiu ver o presente de Dia dos Namorados e de 42 anos de casamento: a frase “Hei de amá-la até Deus envelhecer”, a mesma inscrição gravada na aliança do casal, dedicada a ela.

Apesar da estratégica posição do outdoor, a aposentada só o viu no terceiro dia depois de instalado. “Sou muito distraída, mas quando li o nome do Gualter pedi para minha filha voltar. Foi um susto e uma surpresa muito grande”.
Maria Silvia teve mais uma surpresa. A aposentada disse que ligou para o marido e marcou um encontro para tomar café. No caminho, outros dois outdoors com a mesma homenagem. “Foi maravilhoso, um dos presentes mais lindos e diferentes que já ganhei dele”, disse.

O presente quase não pode ser concretizado. Às vésperas de contratar a agência de publicidade, o aposentado teve um problema de saúde e foi internado. “Era uma surpresa e eu não podia pedir ajuda de ninguém; no final deu tudo certo”, disse o aposentado.

Datas

Além da frase do casal, o outdoor tem vários corações com datas importantes e de felicidade para os dois: começo do namoro, noivado, casamento e nascimento dos filhos.

Apenas uma data representa um período difícil: 29 de junho de 2008, quando Gualter foi submetido a transplante de pulmão. “Foi uma época difícil, achávamos que ele poderia morrer”, disse Maria Silvia. “Ela ficou ao meu lado o tempo todo, devo muito a ela”, afirmou o aposentado.

Um ano depois, o casal fez uma festa para comemorar o sucesso do transplante, relembrando as “domingueiras”, comuns nas décadas de 60 em Campo Grande.

A professora Faira de Barros, filha do casal, mandou e-mail ao G1 para divulgar o presente do pai. “Eu me orgulho muito deles, não é todo o dia que encontramos um casal que se curte tanto como esses dois”, disse, orgulhosa. Ela é uma das três filhas do casal, que tem cinco netos.

História

Gualter e Maria Silvia se conheceram quando tinham 8 anos, durante as aulas de piano. “Ele ficava me incomodando e eu só fugia dele”.

Oito anos depois, a insistência de Gualter obteve resultado. No dia 12 de junho de 1959, quando eles tinham 16 anos, formaram o par em uma festa junina. Depois da dança, o adolescente entregou um espelho de maquiagem. A jovem perguntou qual o motivo do mimo; ele disse que era um presente de Dia dos Namorados e que ela poderia entender o gesto como um pedido de namoro.

Os anos de namoro não foram fáceis. O pai de Maria Silvia não aprovava a relação dos dois por causa da idade. “Ele dizia que não tinha futuro pois éramos muito jovens”, disse ela. Os dois chegaram a se afastar, mas logo voltaram a namorar.
A segunda separação ocorreu quando ele foi estudar Direito em Belém (PA) e ela, o mesmo curso, só que em Campinas (SP). Foram dois anos longe um do outro, até que o eterno apaixonado resolveu transferir a faculdade para Bauru (SP), para ficar mais próximo da amada. Dez anos após o início do namoro, eles se casaram, no dia 23 de julho de 1969.

Enquanto contavam a história de amor à reportagem do G1 o casal recebia mais uma das várias ligações de amigos e familiares que ficaram surpresos com os outdoor. “Meu amigo disse que agora vai ter que fazer algo parecido para a mulher dele; mas elas merecem né?!”, disse o aposentado.

O casal afirma que história de amor não tem prazo de validade. “Ainda somos grandes apaixonados, não vejo diferença da época em que começamos a namorar e agora”, disse Maria Silvia.

Fonte: G1

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