IBM ajuda empresas nascentes com ideias inovadoras a ter acesso a tecnologia e a conseguir financiamento
Salvador, 24 de maio de 2011 - Empresas brasileiras "nascentes" - também conhecidas como startups - com até cinco anos de mercado terão, a partir deste ano, a chance de ganhar o apoio da gigante americana de tecnologia IBM para transformar projetos inovadores em realidade. O Brasil entra no circuito do projeto SmartCamp - em tradução aproximada, "acampamento de inteligência" -, que premia companhias com ideias originais.
Segundo o vice-presidente de marketing da IBM, Mike Riegel, o objetivo é promover soluções que ajudam a resolver problemas que afetem um grande número de pessoas, como o atendimento à saúde e o trânsito. A vencedora da etapa nacional, além de ter o projeto implementado, será selecionada a participar da competição mundial, que escolherá o "Empreendedor do Ano" entre projetos de 18 nações.
Foto: Wellington Freire - CEO da Softwell Solutions
Riegel diz que a inclusão do País no rol de participantes neste segundo ano de SmartCamp - ao lado da Alemanha e da China, que também foram adicionados à competição - foi motivada pelo aumento do número de empresas brasileiras de pequeno porte de perfil inovador. "O mercado de private equity e venture capital (que aplica recursos em startups) cresceu de US$ 6 bilhões em recursos para US$ 40 bilhões nos últimos seis anos", explica.
Vantagens. Durante o período da competição, as companhias poderão receber usar ferramentas tecnológicas da IBM. A gigante americana também ajudará os microempresários a traçar planos de negócios mais claros antes da etapa final da competição nacional. Além disso, o relacionamento com a IBM pode trazer visibilidade para o projeto, o que pode atrair outros investidores de longo prazo. As inscrições para o concurso devem ser feitas pela internet, e o prazo vai até agosto. A empresa vencedora será escolhida em novembro.
A baiana Softwell recebeu R$ 1 milhão do braço de investimentos do Banco Mundial depois de participar de um evento promovido pela IBM há dois anos, antes da introdução do "acampamento de inteligência". A empresa, conhecida pela ferramenta Maker - que reduz a necessidade do uso de códigos no desenvolvimento de softwares -, criou um sistema de gestão de serviços de saúde que chamou a atenção do órgão internacional.
O Saúde Digital, já implantado pela Prefeitura de Feira de Santana (BA), organiza a identificação do paciente - com leitura de impressão digital -, armazena o histórico de tratamentos e faz a gestão do atendimento nos hospitais e postos de saúde. Ao ser chamado, o cliente vê em uma tela seu nome e fotografia. "Atraímos a atenção do Banco Mundial em uma apresentação de 10 minutos", lembra Wellington Freire, presidente da Softwell.
Agora, a empresa - que deve faturar R$ 17 milhões este ano, contra R$ 10 milhões em 2010 - investe suas fichas na organização do trânsito das grandes cidades com um projeto atualmente em fase de testes em Salvador, o TechBus. A Softwell criou uma ferramenta de gestão que presta serviços tanto para empresas de ônibus quanto ao usuário.
O passageiro poderá receber informações sobre o quanto terá de esperar pelo próximo coletivo pelo telefone celular. Além disso, os ônibus virão equipados com rede wi-fi e monitores que darão informações sobre a rota, incluindo pontos turísticos. Já as companhias vão receber dados que ajudarão no gerenciamento da frota, como o fluxo de passageiros em diferentes horários. O sistema rastreia os ônibus e informa imediatamente qualquer desvio de rota. "Os ônibus terão câmeras, que poderão identificar criminosos, criando uma "lista negra".
"Com o projeto, a Softwell passa a competir no segmento do qual saiu o vencedor global do SmartCamp no ano passado. A empresa StreetLine usa sensores para informar motoristas, pelo celular, sobre as vagas de estacionamento em determinadas regiões. "Boa parte do trânsito hoje é causada por pessoas tentando estacionar", diz Riegel, da IBM. Segundo ele, a empresa se prepara para fazer um projeto piloto da StreetLine em São Paulo.
Oportunidade
"Atraímos a atenção do Banco Mundial em uma apresentação de dez minutos." Conclui Wellington Freire.
Fonte: Fernando Scheller - O Estado de S.Paulo
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