Empresário, empreendedor, professor, psicólogo, orientador, consultor. Luiz Fernando Garcia tem muito de todos esses perfis. Especialista em comportamento humano, ele realiza um trabalho tão inusitado quanto interessante e eficaz de psicodinâmica aplicada aos negócios.
Possui 20 mil horas de aplicação comportamental, trabalhando com modificação de adultos – "não com motivação, mas com grandes intervenções de longa duração (dois, três anos)" -, reunindo um conhecimento bastante incomum: psicanálise, psicologia, comportamentalismo, qualidade administrativa e consultoria empresarial. "Antes de tudo, eu sou um empresário", diz ele.
Fez parte da equipe de orientadores e consultores do programa de alto impacto chamado Empretec, desenvolvido pela ONU - Organização das Nações Unidas, que no Brasil é de responsabilidade do Sebrae.
"Percebi que esses treinamentos de alto impacto para algumas pessoas davam muito certo, já para outras... Às vezes, as levavam a surtos psicóticos (risos). Isso me levou a estudar e depois a entender mais da ciência do comportamento, o quanto o biopsicosocial de cada um altera tudo."
A partir dessa compreensão, promoveu 1.200 entrevistas com empresários – o que deu origem ao livro "Pessoas de Resultado", Editora Gente - e concluiu que características como falta de visão e/ou falta de tomada de decisão, por exemplo, têm diretamente relação com o ambiente de criação das pessoas. "O jeito que o pai age, o jeito que a mãe age... Isso diferencia tudo."
Aprofundou-se no tema, ganhou certificações internacionais, criou técnicas e formatos que aproximam ciência do comportamento e business. Fundou a Render Capacitação, que trabalha diretamente com líderes e empresários por meio de workshops, palestras e GDs ("Grupos Dirigidos: de empresários e profissionais envolvidos com o ambiente de negócios juntos, durante 14 meses, com o propósito de adicionar a idéia da psicodinâmica ao cotidiano das empresas") e, assim, já atendeu quase 4 mil empresas e cerca de mil empresários e líderes.
Tantas experiências também foram transformadas em livros. Em 2006, escreveu "Gente que Faz" e agora, neste mês de outubro, lança "O Inconsciente na sua Vida Profissional", ambos também da Editora Gente. Neste último, relata histórias de donos de empresas que são bem-sucedidos e também dos que não conseguiram ter um estabelecimento sólido, deixando claro que, seja no sucesso ou no fracasso, o inconsciente atua invariavelmente.
O Jornal Carreira & Sucesso conversou com o especialista e procurou saber de que forma podemos, então, trabalhar o inconsciente a favor da nossa carreira e dos nossos negócios. Acompanhe!
Jornal Carreira & Sucesso: Qualquer pessoa pode se tornar empreendedora?
Luiz Fernando Garcia: Bom...Apenas 3,5 a 5% da população mundial é considerada dotada de personalidades empreendedoras. O que é personalidade empreendedora? De maneira prática, o indivíduo empreendedor tem:
Possui 20 mil horas de aplicação comportamental, trabalhando com modificação de adultos – "não com motivação, mas com grandes intervenções de longa duração (dois, três anos)" -, reunindo um conhecimento bastante incomum: psicanálise, psicologia, comportamentalismo, qualidade administrativa e consultoria empresarial. "Antes de tudo, eu sou um empresário", diz ele.
Fez parte da equipe de orientadores e consultores do programa de alto impacto chamado Empretec, desenvolvido pela ONU - Organização das Nações Unidas, que no Brasil é de responsabilidade do Sebrae.
"Percebi que esses treinamentos de alto impacto para algumas pessoas davam muito certo, já para outras... Às vezes, as levavam a surtos psicóticos (risos). Isso me levou a estudar e depois a entender mais da ciência do comportamento, o quanto o biopsicosocial de cada um altera tudo."
A partir dessa compreensão, promoveu 1.200 entrevistas com empresários – o que deu origem ao livro "Pessoas de Resultado", Editora Gente - e concluiu que características como falta de visão e/ou falta de tomada de decisão, por exemplo, têm diretamente relação com o ambiente de criação das pessoas. "O jeito que o pai age, o jeito que a mãe age... Isso diferencia tudo."
Aprofundou-se no tema, ganhou certificações internacionais, criou técnicas e formatos que aproximam ciência do comportamento e business. Fundou a Render Capacitação, que trabalha diretamente com líderes e empresários por meio de workshops, palestras e GDs ("Grupos Dirigidos: de empresários e profissionais envolvidos com o ambiente de negócios juntos, durante 14 meses, com o propósito de adicionar a idéia da psicodinâmica ao cotidiano das empresas") e, assim, já atendeu quase 4 mil empresas e cerca de mil empresários e líderes.
Tantas experiências também foram transformadas em livros. Em 2006, escreveu "Gente que Faz" e agora, neste mês de outubro, lança "O Inconsciente na sua Vida Profissional", ambos também da Editora Gente. Neste último, relata histórias de donos de empresas que são bem-sucedidos e também dos que não conseguiram ter um estabelecimento sólido, deixando claro que, seja no sucesso ou no fracasso, o inconsciente atua invariavelmente.
O Jornal Carreira & Sucesso conversou com o especialista e procurou saber de que forma podemos, então, trabalhar o inconsciente a favor da nossa carreira e dos nossos negócios. Acompanhe!
Jornal Carreira & Sucesso: Qualquer pessoa pode se tornar empreendedora?
Luiz Fernando Garcia: Bom...Apenas 3,5 a 5% da população mundial é considerada dotada de personalidades empreendedoras. O que é personalidade empreendedora? De maneira prática, o indivíduo empreendedor tem:
Qualidade de visão.
Mas é importante destacar que essa característica de personalidade é biopsicosocial. Então, existe predisposição genética somada a estímulos do meio ambiente, em especial ocorridos durante a primeira infância (0 a 2 anos) e a segunda infância (2 a 7 anos). Como dito, essas são pouquíssimas pessoas e é algo que independe de dinheiro ou de estudos. Por isso que a gente vê, muitas vezes, pessoas que não têm nada e constroem um império. Mas existe o desenvolvimento de conduta empreendedora. A personalidade empreendedora não é possível desenvolver já a partir dos 22 anos de idade. Mas a conduta sim, em qualquer idade. Às vezes é preferível você ter um empresário de conduta empreendedora do que de personalidade empreendedora. Não é porque você é um franco-empreendedor (3,5 a 5% da população) que você vai dar certo, pois existem disfuncionalidades. Às vezes, por causa de uma criação estragada, do mesmo jeito que constroem coisas, eles destroem coisas.
C&S: Quando você fala de estímulos do meio ambiente, situações ocorridas ainda na infância, quer dizer que tudo isso realmente interfere de maneira quase determinante na carreira e nos negócios? Essa visão ainda é pouco conhecida no mercado, não?
Luiz Fernando Garcia: Sim. A ciência do comportamento não chega à pequena e à média empresa. O meio acadêmico protege o saber. Mas Freud sempre soube disso. Grande parte da condição de o indivíduo dar certo tem a ver com a criação. O quanto ele foi desenvolvido com mais auto-estima, o quanto ele é menos teimoso, o quanto ele cria boas saídas, o quanto ele consegue superar frustrações... Pai é sinônimo de estratégia. Mãe, de autoconfiança. Esse mote é psicanalítico. Uma rejeição relativa – friso o relativa - por parte de pai ajuda a desenvolver personalidades empreendedoras, por exemplo. Essa realidade eu trabalho nos "GDs" - Grupos Dirigidos, voltados para empresários. O que é oculto em cada indivíduo?
C&S: O inconsciente existe e sempre vai existir. Você apenas o traz à tona?
Luiz Fernando Garcia: O inconsciente deve virar consciente. Fazendo o indivíduo ter um aprendizado próprio, eu começo a apresentar teorias de natureza científica do comportamento em que o empresário passa a se identificar mais. O processo culmina quando ele deve fazer narrativas de algumas situações vividas. Esse acesso ao que é oculto promove o que na Psicologia chamamos de resignificança, ou seja, dá um novo significado a algumas questões. O GD promove duas coisas: conscientização e apropriação. Eu tenho essas condições e devo lidar com elas. Sou o que sou e não o que gostaria de ser. Sabendo disso, há uma tendência natural de que eles deslanchem mais nos negócios.
C&S: Exemplo prático?
Luiz Fernando Garcia: Um empresário da área de supermercados me procura e revela que falta mercado no setor. Mas quando a gente vai investigar, sobra mercado. Qual o problema, então? Aquele supermercado, na verdade, foi dado a ele quando casou com a esposa. O pai da esposa deu a ele o supermercado porque não tinha outro sucessor. Junta-se a isso o fato de que esse mesmo homem (o genro) tinha problemas em relação ao próprio pai. Então, todo esse jogo psíquico faz o cara abraçar uma causa que não é dele e enxergar o sogro como novo pai. Ele começa a desenvolver coisas que não são dele. Ele começa, inconscientemente, a criar erros que levam ao fracasso do negócio. Então, o problema todo está na origem, e não no mercado. Nos GDs existem formatos para que a gente toque na inconsciência dos indivíduos. Construí técnicas para que todos cheguem a um insight e comecem a mudar. Todos eles atuam entendendo a inconsciência durante o processo de 14 meses. Resultado? 80% incrementam ganhos nos negócios muito rapidamente.
C&S: No Brasil há dados que mostram que as empresas fecham muito novinhas, ainda antes de completarem cinco anos. Você acha que esses números refletem a falta dessa percepção?
Luiz Fernando Garcia: 72% da população que abre negócio quebra ainda nos primeiros cinco anos de vida. Essa dificuldade de gerar manutenção mora tanto na inquietude daqueles que são franco-empreendedores quanto na falta de experiência do empresariado. A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, tem uma cadeira sobre a abertura de pequenos negócios que pede seis meses de experiência em um cargo de função similar para adquirir experiência para abrir um negócio próprio. A gente não faz isso aqui no Brasil. Plano de negócio ajuda, mas às vezes ele é feito de forma idealizada. Eu tive essa experiência na Bunge, trabalhando com 169 padarias. Eles criavam planos de negócios, mas em cima do que eles iriam ofertar, e não do que o mercado iria demandar. Grande parte dos empresários passa por uma mecânica de defesa muito padrão: a idealização. Eles negam os aspectos negativos e projetam desejos nesses negócios. E negócios precisam de adaptação e flexibilização. A capacidade de identificar o que é inconsciente neles já traria uma diminuição nas quebras, sem dúvida! A inconsciência determina quebra dos negócios, sim.
C&S: Como fazer isso, como quebrar ilusões?
Luiz Fernando Garcia: Para se ter uma idéia, sobretudo nos francos, a gente pode e deve atuar em quatro vertentes:
1- Esporte aeróbico de cinco a seis vezes por semana, com intensidade de 6 km/hora de caminhada. Isso ajuda a ficar menos acelerado durante o dia, a tomar menos decisões e a manter o foco;
2- Processo terapêutico, seja psicoterapia ou cursos que promovam autoconhecimento, aprendizagem profunda, insights;
3- Espiritualidade;
4- Entrega a um amor verdadeiro.
Essas quatro coisas ajudam a canalizar energia e a diminuir erros e quebras. Além disso, tem algo muito interessante que funciona com todo mundo: escrever. Coloque no papel três cenários: pessimista, mediano e otimista. Tudo com verbo sempre no infinitivo - Fazer tal coisa, aumentar tanto, criar... Coloque parâmetro de números e tempo - vou aumentar de 30 a 50, entre janeiro e agosto... A maioria das pessoas opera no mundo usando apenas realidade interna, ou seja, o que elas acreditam. Escrever ajuda a colocar essa realidade interna em realidade objetiva. Escrever otimiza em até 60% a capacidade de realizar.
C&S: Alguns toques práticos de consultoria empresarial?
Luiz Fernando Garcia: É necessário cuidar dos sintomas típicos do nascimento da pequena empresa. Pontuando:
1 - Não baseie o pró-labore pelo mercado. Um diretor ganha R$ 10 mil, eu vou ganhar R$ 10 mil. Não. Você deve pagar suas continhas no início e só.
2 - Dinheiro investido deve voltar em reinvestimento.
3 - Tenha sempre, desde o projeto inicial, um capital de giro.
4 - Prontifique-se a nos primeiros dois ou três anos trabalhar de 12 a 17 horas por dia. Para isso, deve ser feito um acordo dentro da família para que ela também não jogue contra.
C&S: Pelo jeito, sucesso não é sinônimo de sorte?
Luiz Fernando Garcia: Não, não. O que a gente nota de comum entre aqueles que obtêm sucesso é que todos têm uma capacidade de visão avantajada e pré-disposição a trabalhar muito. Pode rezar, e você deve rezar, rezar, rezar, rezar muito. Mas se não trabalhar, não vai adiantar nada. Outra coisa: cuidado ao criar a empresa. Nasça para atender necessidade, e não para satisfazer uma vontade sua, para ter o negócio que você sempre quis ter. Se não há necessidade de mercado, não há negócio próspero.
Mas é importante destacar que essa característica de personalidade é biopsicosocial. Então, existe predisposição genética somada a estímulos do meio ambiente, em especial ocorridos durante a primeira infância (0 a 2 anos) e a segunda infância (2 a 7 anos). Como dito, essas são pouquíssimas pessoas e é algo que independe de dinheiro ou de estudos. Por isso que a gente vê, muitas vezes, pessoas que não têm nada e constroem um império. Mas existe o desenvolvimento de conduta empreendedora. A personalidade empreendedora não é possível desenvolver já a partir dos 22 anos de idade. Mas a conduta sim, em qualquer idade. Às vezes é preferível você ter um empresário de conduta empreendedora do que de personalidade empreendedora. Não é porque você é um franco-empreendedor (3,5 a 5% da população) que você vai dar certo, pois existem disfuncionalidades. Às vezes, por causa de uma criação estragada, do mesmo jeito que constroem coisas, eles destroem coisas.
C&S: Quando você fala de estímulos do meio ambiente, situações ocorridas ainda na infância, quer dizer que tudo isso realmente interfere de maneira quase determinante na carreira e nos negócios? Essa visão ainda é pouco conhecida no mercado, não?
Luiz Fernando Garcia: Sim. A ciência do comportamento não chega à pequena e à média empresa. O meio acadêmico protege o saber. Mas Freud sempre soube disso. Grande parte da condição de o indivíduo dar certo tem a ver com a criação. O quanto ele foi desenvolvido com mais auto-estima, o quanto ele é menos teimoso, o quanto ele cria boas saídas, o quanto ele consegue superar frustrações... Pai é sinônimo de estratégia. Mãe, de autoconfiança. Esse mote é psicanalítico. Uma rejeição relativa – friso o relativa - por parte de pai ajuda a desenvolver personalidades empreendedoras, por exemplo. Essa realidade eu trabalho nos "GDs" - Grupos Dirigidos, voltados para empresários. O que é oculto em cada indivíduo?
C&S: O inconsciente existe e sempre vai existir. Você apenas o traz à tona?
Luiz Fernando Garcia: O inconsciente deve virar consciente. Fazendo o indivíduo ter um aprendizado próprio, eu começo a apresentar teorias de natureza científica do comportamento em que o empresário passa a se identificar mais. O processo culmina quando ele deve fazer narrativas de algumas situações vividas. Esse acesso ao que é oculto promove o que na Psicologia chamamos de resignificança, ou seja, dá um novo significado a algumas questões. O GD promove duas coisas: conscientização e apropriação. Eu tenho essas condições e devo lidar com elas. Sou o que sou e não o que gostaria de ser. Sabendo disso, há uma tendência natural de que eles deslanchem mais nos negócios.
C&S: Exemplo prático?
Luiz Fernando Garcia: Um empresário da área de supermercados me procura e revela que falta mercado no setor. Mas quando a gente vai investigar, sobra mercado. Qual o problema, então? Aquele supermercado, na verdade, foi dado a ele quando casou com a esposa. O pai da esposa deu a ele o supermercado porque não tinha outro sucessor. Junta-se a isso o fato de que esse mesmo homem (o genro) tinha problemas em relação ao próprio pai. Então, todo esse jogo psíquico faz o cara abraçar uma causa que não é dele e enxergar o sogro como novo pai. Ele começa a desenvolver coisas que não são dele. Ele começa, inconscientemente, a criar erros que levam ao fracasso do negócio. Então, o problema todo está na origem, e não no mercado. Nos GDs existem formatos para que a gente toque na inconsciência dos indivíduos. Construí técnicas para que todos cheguem a um insight e comecem a mudar. Todos eles atuam entendendo a inconsciência durante o processo de 14 meses. Resultado? 80% incrementam ganhos nos negócios muito rapidamente.
C&S: No Brasil há dados que mostram que as empresas fecham muito novinhas, ainda antes de completarem cinco anos. Você acha que esses números refletem a falta dessa percepção?
Luiz Fernando Garcia: 72% da população que abre negócio quebra ainda nos primeiros cinco anos de vida. Essa dificuldade de gerar manutenção mora tanto na inquietude daqueles que são franco-empreendedores quanto na falta de experiência do empresariado. A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, tem uma cadeira sobre a abertura de pequenos negócios que pede seis meses de experiência em um cargo de função similar para adquirir experiência para abrir um negócio próprio. A gente não faz isso aqui no Brasil. Plano de negócio ajuda, mas às vezes ele é feito de forma idealizada. Eu tive essa experiência na Bunge, trabalhando com 169 padarias. Eles criavam planos de negócios, mas em cima do que eles iriam ofertar, e não do que o mercado iria demandar. Grande parte dos empresários passa por uma mecânica de defesa muito padrão: a idealização. Eles negam os aspectos negativos e projetam desejos nesses negócios. E negócios precisam de adaptação e flexibilização. A capacidade de identificar o que é inconsciente neles já traria uma diminuição nas quebras, sem dúvida! A inconsciência determina quebra dos negócios, sim.
C&S: Como fazer isso, como quebrar ilusões?
Luiz Fernando Garcia: Para se ter uma idéia, sobretudo nos francos, a gente pode e deve atuar em quatro vertentes:
1- Esporte aeróbico de cinco a seis vezes por semana, com intensidade de 6 km/hora de caminhada. Isso ajuda a ficar menos acelerado durante o dia, a tomar menos decisões e a manter o foco;
2- Processo terapêutico, seja psicoterapia ou cursos que promovam autoconhecimento, aprendizagem profunda, insights;
3- Espiritualidade;
4- Entrega a um amor verdadeiro.
Essas quatro coisas ajudam a canalizar energia e a diminuir erros e quebras. Além disso, tem algo muito interessante que funciona com todo mundo: escrever. Coloque no papel três cenários: pessimista, mediano e otimista. Tudo com verbo sempre no infinitivo - Fazer tal coisa, aumentar tanto, criar... Coloque parâmetro de números e tempo - vou aumentar de 30 a 50, entre janeiro e agosto... A maioria das pessoas opera no mundo usando apenas realidade interna, ou seja, o que elas acreditam. Escrever ajuda a colocar essa realidade interna em realidade objetiva. Escrever otimiza em até 60% a capacidade de realizar.
C&S: Alguns toques práticos de consultoria empresarial?
Luiz Fernando Garcia: É necessário cuidar dos sintomas típicos do nascimento da pequena empresa. Pontuando:
1 - Não baseie o pró-labore pelo mercado. Um diretor ganha R$ 10 mil, eu vou ganhar R$ 10 mil. Não. Você deve pagar suas continhas no início e só.
2 - Dinheiro investido deve voltar em reinvestimento.
3 - Tenha sempre, desde o projeto inicial, um capital de giro.
4 - Prontifique-se a nos primeiros dois ou três anos trabalhar de 12 a 17 horas por dia. Para isso, deve ser feito um acordo dentro da família para que ela também não jogue contra.
C&S: Pelo jeito, sucesso não é sinônimo de sorte?
Luiz Fernando Garcia: Não, não. O que a gente nota de comum entre aqueles que obtêm sucesso é que todos têm uma capacidade de visão avantajada e pré-disposição a trabalhar muito. Pode rezar, e você deve rezar, rezar, rezar, rezar muito. Mas se não trabalhar, não vai adiantar nada. Outra coisa: cuidado ao criar a empresa. Nasça para atender necessidade, e não para satisfazer uma vontade sua, para ter o negócio que você sempre quis ter. Se não há necessidade de mercado, não há negócio próspero.
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