Lan Lan faz sucesso com a Moinho

Ronney Argolo

Esnoba, da banda Moinho

Os tambores anunciam: Lan Lan está começando uma nova fase na carreira. Depois de se dedicar ao rock, desde o início dos anos 90, a percussionista tem emprestado seu compasso para o samba. O jeito e o rosto não denunciam os recém-completos 40 anos. Quando está no palco, vira adolescente. Talvez, por isso, são os jovens que mais se identificam e entendem as mensagens que batuca. Eles representam a maior parte da tribo que tem sambado e repetido em coro Esnoba nos shows da banda Moinho, projeto dela com Emanuelle Araújo e Toni Costa.

A canção, de autoria de Márcio Mello, foi tema da personagem Rakely (Ísis Valverde) na novela Beleza Pura. Diferente da personagem para quem emprestou a música, Lan Lan não é de escândalos. Nasceu em maio de 68, mas a voz suave afasta a lembrança de um tempo em que era preciso gritar para resolver as coisas. A força vem das mãos, que há 23 anos se revezam entre baterias, tambores, tamborins e todo tipo de instrumento percussivo.

A banda existe desde 2005, como uma brincadeira dos três amigos, que animavam festas na Lapa, no Rio de Janeiro. O diferencial era tocar samba com o power trio do rock: guitarra, bateria e baixo.

Foi em Salvador que Lan Lan e Emanuelle se conheceram e viraram amigas. Quando a cantora se mudou para o Rio, telefonou para a percussionista, propondo que tocassem sambas baianos antigos com uma roupagem mais moderna, para o público da boemia carioca.

Apesar de ter passado mais de dez anos entretida com a marcação do rock, Lan Lan nunca perdeu o traquejo para o samba, que veio no sangue. Seria uma forma de unir os dois ritmos. Ela topou e convidou Toni Costa para o projeto.

Depois de três anos na Lapa, foram chamados para gravar o primeiro CD. A música "Hoje de Noite", de Nando Reis, deu nome ao álbum.