segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pesquisa comprova: há empregos, mas falta mão de obra qualificada


     
Uma situação se repete diariamente nas filas das centrais de emprego de todo o Brasil. Milhares de vagas de trabalho que não são preenchidas por causa da formação deficiente desde os primeiros anos de escola.
Uma indústria da área de petróleo tem 3,8 mil trabalhadores, está precisando contratar mais gente, e não consegue.
“Hoje nós poderíamos estar com pelo menos mais mil funcionários trabalhando conosco. Como existe a limitação em todos os níveis, nós somos obrigados a reduzir o crescimento da empresa para poder primeiro qualificar essas pessoas para depois então oferecer serviços ao mercado”, explica o presidente da empresa, Valdir Carreiro.
O que acontece nesta empresa se repete em muitas outras. A Federação das Indústrias do Rio fez uma pesquisa em mais de 600 fábricas de todo o país: 60% informaram que querem aumentar o quadro de funcionários nos próximos meses, mas 53% das firmas disseram que tentaram e não conseguiram preencher postos de trabalho nos últimos seis meses e as vagas ficaram ociosas.
A pesquisa comprovou com números o que já se percebia: há empregos no Brasil sobrando, mas não existe mão de obra qualificada. Há um desencontro entre o que a indústria procura e o trabalhador que quer a vaga. Como resolver este impasse? Só voltando para a sala de aula.
“O mercado exige qualificação. Sem qualificação, fica difícil você ser inserido no mercado”, destaca o professor André Oliveira.
“Navios estão sendo construídos a todo vapor, então quero estar nesse bolo também”, diz o aluno Douglas Dos Santos.
Mas não é só a qualificação técnica. Aulas de reforço de português e matemática também são essenciais.
“Saber trabalhar com percentagem, saber reconhecer uma figura, essas coisas básicas que deveriam vir do ensino fundamental, do ensino médio”, orienta o professor Augusto Schwager.
O que jovens profissionais descobriram é exatamente o que a pesquisa mostra: o emprego está à espera de quem tem uma formação completa.
“Além de investir na qualificação, é importante desenvolver outras habilidades, como raciocínio lógico e interpretação de texto. Isso pode ser suprido pelo maior estudo de matemática e de português, que pode ser suprido pela educação básica”, afirma Luciana Sá, diretora da Firjan.

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