Ele é um dos conferencistas mais requisitados da atualidade, em razão da formação eclética, experiência profissional e abrangência dos temas de suas palestras que apresentam conteúdo prático e motivacional. Formado em publicidade, Tom Coelho escreve artigos para mais de 400 veículos em 14 países, e tem muitos livros escritos. Num deles, Sete Vidas (Ed. Saraiva), explica como as pessoas podem gerenciar as sete áreas da vida, que incluem o âmbito pessoal e profissional, de forma a encontrar o tão almejado equilíbrio emocional e qualidade de vida.
Apaixonado pela vocação que tem de transmitir mensagens a profissionais e empresas, além de apaixonado pela própria vida e família, Tom Coelho não traçou planos para chegar à posição onde se encontra hoje. Tudo aconteceu de forma espontânea. Mas, daqui pra frente, sonha em conseguir aplicar seu conceito de ‘RH Educador’, conscientizando empresas e colaboradores quanto à aplicação de programas de qualidade de vida.
Nesta entrevista, mostra como as pessoas podem alcançar plenitude na vida. E demonstra que, em alguns casos, quando é necessário renunciar algo que queremos muito – ter ou fazer - em prol de uma atividade, vale lembrar da máxima que ‘muitas vezes menos pode ser mais’.
Desde seu início na profissão, já tinha despertado para este dom de transmitir mensagens como palestrante e conferencista?
De maneira alguma! Empreendi desde muito cedo. Aos 13 anos, quando ganhei meu primeiro computador, iniciei um negócio de digitação de trabalhos acadêmicos. Depois, atuei em segmentos tão distintos quanto transporte de cargas, seguros, alimentação, metalurgia e construção civil. Apenas quando fiz o curso de Publicidade na ESPM descobri-me como escritor. O palestrante veio depois, em decorrência dos artigos que escrevia.
Como conseguiu se tornar referência em assuntos ligados à motivação, busca pela excelência profissional e pessoal e assuntos ligados à reflexão pessoal e profissional? Demorou para colher resultados?
Comecei escrevendo em 2002 para um único portal e hoje são mais de 400 veículos de comunicação em 14 países. Os artigos são utilizados em salas de aula, tanto no ensino médio quanto no superior, e em cursos de MBA. A Petrobrás utilizou o texto “Tempo de Escolher” para embasar as questões de português no concurso público de 2008. Creio que foi assim que me tornei referência. Mas que fique claro que foi um processo espontâneo. Este nunca foi meu foco, mas sim uma consequência do trabalho de compartilhar
Hoje você é conhecido internacionalmente, pois divulga seus artigos em mais de dez países. Como é a sua rotina para dar conta disso tudo?
Cada escritor tem um estilo próprio. Particularmente, minha produção não é programada. Os artigos surgem como uma manifestação de ideias ou conceitos que pretendo difundir, muitas vezes fruto de insights que ocorrem logo ao despertar. Também recebo sugestões de pauta para desenvolver determinado assunto.
É bastante requisitado. Como administra seu tempo entre trabalho e família?
A administração do tempo é a base para uma vida equilibrada, um equilíbrio dinâmico ao qual denomino “Sete Vidas”, título de minha mais recente obra lançada pela Editora Saraiva. Trata-se de conciliar sete dimensões indissociáveis e que vivemos simultaneamente: a saúde, a afetividade, a vida profissional, cultural, social, material e espiritual. Todo meu planejamento é desenhado sob esta ótica. O segredo consiste em dividir as 24 horas de cada um dos sete dias da semana entre todas as tarefas e compromissos que orientam estas Sete Vidas. E posso lhes afirmar: invariavelmente, há momentos de renúncia, quando você tem que declinar de algo em benefício de uma opção maior. É quando se percebe que menos, pode ser mais.
Você parece amar o que faz (corrija-me se estiver enganada). Acredita que paixão é o que impulsiona uma pessoa para o sucesso na vida e na carreira?
Sinto-me muito agraciado por ter encontrado minha vocação em tempo de exercê-la. E, ao contrário do que eu imaginava aos 20 e poucos anos, minha vocação não é empreender, mas ajudar outros a fazê-lo. Minha missão é trabalhar para o desenvolvimento de pessoas e organizações, promovendo a qualidade de vida e a educação, em meu entender, o grande instrumento para transformação da sociedade e redução das desigualdades. Ministrando aulas, palestras e escrevendo artigos, tenho conseguido exercitar com verdadeira paixão este propósito de vida. E para fazer isso com maestria, tenho que me renovar e estudar continuamente. É quando lembro-me de Sêneca que dizia: “Gosto de aprender porque me capacita a ensinar”.
Acredita que já chegou onde queria na vida pessoal e profissional? Se não, qual é seu maior objetivo?
Acredito que ainda há muito por realizar. Profissionalmente, pretendo auxiliar mais as organizações no desenvolvimento e implantação de programas de qualidade de vida, aplicando meu conceito de “RH Educador” e aproveitando oportunidades como as Sipats para conscientizar e sensibilizar os colaboradores. Pessoalmente, serei presenteado no final do ano com mais um filho, o que é indiscutivelmente uma dádiva de Deus. Mas a vida me ensinou a apreciar o caminho ao invés de projetar a felicidade sempre para o futuro. Vivemos esta impermanência constante, sempre insatisfeitos com o que temos. Olhamos a todo instante para frente, onde queremos chegar, e para os lados, para monitorar como os outros estão fazendo. E nos esquecemos de olhar para trás, reconhecendo o quanto já avançamos.
Quais desafios vislumbra pela frente? Como tem trabalhado para alcançá-los? Tenho estudado espanhol e inglês, capacitando-me a proferir palestras nestes idiomas futuramente. É uma demanda da globalização e consequência da internacionalização de meu trabalho, conforme comentamos anteriormente. E o outro grande desafio será participar dos próximos Jogos Pan-Americanos, em Guadalajara, como atleta da seleção brasileira de esgrima. Tenho treinado para isso.
Por fim, gostaria que escrevesse uma mensagem para nossos leitores, pessoas ávidas de conhecimento sobre como gerenciar a própria vida, tanto pessoal como profissional.
Lembre-se de que a caixa de entrada nunca estará vazia. Temos por hábito colocar a carreira em primeiro plano porque ela é o vetor para alcançarmos posses, status e conforto. Trabalhamos muito e negligenciamos a saúde, a família, os amigos, sempre adiando planos. Faça hoje, o melhor que puder, com os recursos que tiver. A vida é mais gostosa quando agimos como condutores e não passageiros! Busque contemplar o equilíbrio em suas Sete Vidas.
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